Em 30 de julho de 1989, há exatos 32 anos, Ayrton Senna vencia o Grande Prêmio da Alemanha, disputado em Hockenheim. O piloto brasileiro vinha de quatro corridas com abandonos, nas quais três foram vencidas por Alain Prost, e a vitória seria vital para continuar na briga pelo campeonato.

Veloz desde os primeiros treinos livres na Alemanha, Senna fez a pole com o tempo 1min45s884, 0s995 à frente de Prost. Com o forte motor V10 da Honda, a equipe McLaren imaginava que seus dois pilotos lutariam apenas entre si nas longas retas da pista alemã. E no domingo foi justamente isso que aconteceu, mas não sem antes Senna tomar um susto. Por causa de um problema no radiador, o brasileiro precisou largar com seu carro reserva.

Desviando dos diversos acidentes da prova, os companheiros de equipe da McLaren dominavam a prova, com Senna na liderança. No entanto, após um pit stop demorado no qual o brasileiro ficou 23 segundos no box, Prost assumiu a ponta da corrida.

O francês tinha uma vantagem de quatro segundos para o brasileiro, que foi tirando décimo por décimo a diferença do rival até as voltas finais.

Faltando duas voltas para o final da prova, quando Prost tinha menos de um segundo de vantagem para Ayrton, o brasileiro pisou fundo e fez a ultrapassagem. O francês diminuiu o ritmo, pois tinha problemas de câmbio e cruzou a linha de chegada 18 segundos atrás de Senna. Mansell completou os três primeiros com a Ferrari.

Depois do pódio, quando recebia as honras da vitória completa, com pole position e volta mais rápida, Senna falou sobre o fato de ter diminuído a desvantagem de 20 para 17 pontos (53 a 36) no campeonato em relação a Prost. Após o final da corrida, Ayrton foi informado da morte de um de seus melhores amigos, o empresário Armando Botelho.

Confira o resumo que Senna fez sobre a prova:

“Esse resultado não muda grande coisa. Continuo a lutar para chegar ao título e ainda há um longo caminho a percorrer até que a disputa fique dividida. Não vai ser fácil, mas já estou habituado a dificuldades, pois tudo o que tenho conseguido é “na marra”, mas com muita fé, como sucedeu com essa corrida. Quando o carro estava no chão, o mecânico encarregado da roda traseira direita não ficou com a certeza de que ela estivesse bem apertada, por isso o carro foi levantado de novo para que a operação fosse repetida. Pensei então que a corrida estava quase acabada para mim, mas depois vi que o Alain não estava longe e procurei “ficar frio”, para não cometer erros e poder aproximar-me. Esperei que os retardatários me permitissem ganhar terreno, mas desta vez foi o Alain que ganhou, pois dobrava-os sempre nas retas e eu apanhei alguns junto de curvas. Tudo podia acontecer e fiquei muito próximo dele nas últimas voltas e esperava poder aproveitar a mínima oportunidade para o ultrapassar, e foi então que surgiram os problemas no carro do Alain. Os “ses” não contam na Fórmula 1. Não posso dizer se teria conseguido ultrapassá-lo, mas o que conta é o resultado…”.