O México havia recebido um GP de F-1 no longínquo ano de 1970. Assim, 16 anos depois, a pista que receberia a penúltima etapa da temporada de 1986 seria uma grande novidade para os pilotos. Além do desafio do novo circuito, o forte calor na Cidade do México seria um grande adversário para todos.
Logo no sábado, uma nova marca conquistada na carreira: mais uma pole position para Ayrton Senna. A 15ª na Fórmula 1, segunda consecutiva e a oitava no ano, o que representava metade das dezesseis possíveis na temporada. Uma façanha digna de nota.
Com o tempo de 1min16s990, Ayrton formou a dobradinha brasileira com Nelson Piquet, segundo no grid com sua Williams. O inglês Nigel Mansell e o austríaco Gerhard Berger estavam na segunda fila, enquanto Prost, que viria a ser o campão daquela temporada, largava apenas na sexta colocação.
O problema para domingo era o excessivo desgaste dos pneus. Na época, a Goodyear equipava os carros da McLaren, Williams e Lotus, equipes dos quatro primeiros colocados no campeonato, Mansell, Piquet, Prost e Senna, respectivamente. Quem aproveitou o alto desgaste dos líderes foi Berger. O austríaco utilizava compostos da Pirelli em seu Benetton e arriscou uma tática ousada de não fazer paradas, chegando assim à sua primeira vitória na carreira e a primeira da equipe Benetton na competição.
Após a primeira curva, Piquet assumiu a ponta, com Senna em segundo e Berger em terceiro. Prost subiu para quarto ainda na volta inicial e na sexta passagem tomou a frente de Berger. Mansell engasopou, caiu para 19º e precisou fazer uma brilhante corrida de recuperação para terminar em quinto lugar.
No pelotão da frente, Prost foi o primeiro a trocar pneus. Depois, com a parada de Piquet, Senna liderou a prova por quatro voltas, despejando potência com o motor Renault de sua Lotus na altitude superior a 2.000 metros da pista – a maior de todo calendário.
Após voltar dos boxes, Senna teve que aliviar o pé porque a sua Lotus “exagerou no rebolado”, disse ele referindo-se aos sérios problemas de estabilidade, em uma pista de traçado muito ondulado onde os carros saiam muito do chão. Com isso, Ayrton teve que parar novamente no box, deixando o brasileiro em terceiro lugar. Piquet teve mais problemas ainda com os pneus, fez três paradas, terminando apenas em quarto. O piloto da Williams via o tricampeonato cada vez mais longe, mas chegaria com chances matemáticas na última corrida.
Alain Prost foi o segundo colocado, parando apenas uma vez. O francês foi o que mais se beneficiou do resultado, pois diminuiu a vantagem de 11 para 6 pontos que Mansell tinha sobre ele. Ao final da prova, o mundo aguardava a decisão do título entre Nigel Mansell(70 pontos), Alain Prost (64) e Piquet (63). Com o resultado, apenas os três brigariam pelo título na corrida final, que seria disputada duas semanas depois da corrida mexicana, em uma nova pista: o circuito de rua de Adelaide, na Austrália. Assim, restava a Ayrton Senna brigar pela terceira colocação no Mundial de Pilotos.
Resumo da Corrida
- 1 Ayrton Senna
- 2 N. Piquet
- 3 N. Mansell
- 4 G. Berger
- 5 R. Patrese
- 6 A. Prost
- 7 D. Warwick
- 8 P. Tambay
- 9 T. Fabi
- 10 P. Alliot
- 11 K. Rosberg
- 12 M. Alboreto
- 13 R. Arnoux
- 14 S. Johansson
- 15 A. Jones
- 16 M. Brundle
- 17 J. Drumfries
- 18 J. Palmer
- 19 P. Streiff
- 20 C. Danner
- 21 T. Boutsen
- 22 A. de Cesaris
- 23 H. Rothengatter
- 24 A. Nannini
- 25 P. Ghinzani
- 26 A. Berg
Voltas | 68 |
Tempo | Ensolarado |
Volta mais rápida | N. Piquet - 1´19´´360 |
Podium | 1º G. Berger 2º A. Prost 3º Ayrton Senna |
Carros | 26 |
Abandonos | 8 |
Senna na corrida
Posição de largada | 1 |
Posição final | 3 |
Melhor volta | 1’20’’237 |
Pontos somados para o Campeonato | 4 |
Posição no Campeonato após a prova | 4 |

