Após vencer sua última corrida na F-1, na Austrália, em 7 de novembro de 1993, Ayrton foi perguntado na entrevista coletiva, pelo repórter britânico Mark Fogerty, sobre quem seria seu maior rival da carreira. Enquanto muitos esperavam que a resposta seria Alain Prost (que estava ao seu lado), a resposta surpreendeu a todos, já que o brasileiro lembrou do seu grande rival no kartismo: Terry Fullerton.

“Eu teria de voltar a 1978, 1979, 1980… quando estava no kart. Eu tinha um companheiro de equipe… Fullerton, o nome dele era Fullerton. Era muito experiente, e eu gostei muito de correr contra ele. Porque ele era rápido, era consistente, ele era, para mim, um piloto muito completo. E era só corrida, era pura corrida. Não havia política, nem dinheiro envolvido. Tenho uma ótima lembrança daquela época”, disse Senna na entrevista coletiva após a corrida em Adelaide.

Mais experiente no kartismo, Fullerton ficou atrás de Ayrton nos dois vice-campeonatos mundiais do brasileiro, porém, já havia conquistado o tão sonhado título mundial em 1973. O britânico nunca chegou a correr de Fórmula 1, mas acreditava que Ayrton tinha um grande potencial para o futuro, na época.

“Senna sempre foi bom em aproximar as pessoas que tinha ao seu redor. Ele não se propunha fazer isso de propósito, mas ele tinha o tipo de carisma, habilidade e velocidade que levaram as pessoas que trabalharam com ele, realmente apoiá-lo”, disse Fullerton, em entrevista para Tony Dodgins, autor do livro “Senna All his races”.

Depois que Ayrton saiu do kart para correr em carros de fórmula, Fullerton ainda permaneceu no kartismo. Correu até 1984, quando decidiu encerrar a carreira, mas sem abandonar as pistas. O britânico abriu uma academia de pilotos, onde foi instrutor de pilotos que tiveram destaque internacional: Dan Wheldon, Paul Di Resta e Allan McNish.

Hoje, com 62 anos, Fullerton permanece como instrutor de pilotagem, viajando o mundo, e fazendo o que lhe dá prazer: acompanhar corridas e ensinar jovens talentos.