Uma história marcante de Ayrton Senna completa 30 anos nesta quinta-feira (09). O piloto brasileiro apostou com Ron Dennis, chefe da equipe McLaren, que, se vencesse o GP da Itália de 1990, levaria o carro daquela corrida para casa. Ao final daquela temporada, Ron pagou a aposta de uma vitória histórica do brasileiro na casa da Ferrari, que tinha Alain Prost como piloto e grande rival de Senna na luta pelo título daquele ano.

E um capítulo interessante e pouco conhecido desta história é revelada hoje em vídeo publicado nas redes oficiais de Ayrton Senna: o modelo que foi dado de presente a Senna não apenas venceu o GP da Itália como também garantiu outras três vitórias para o brasileiro em 1990: Canadá, Alemanha e Bélgica, tornando o chassi de valor inestimável.

“Eu não sabia onde o carro estava. Haviam rumores, mas hoje vimos o número real: sim, é o chassi 6. Foi como escavar para encontrar uma antiguidade. E teve a aposta com o Ron (Dennis), de que o Ayrton levaria o carro. Após vencer em Monza, Ron prometeu o carro, mas eles continuaram fazendo mais provas pelo resto da temporada. E no final da temporada, pelo que eu soube, a Honda forneceu um motor totalmente novo antes que ele fosse enviado ao Ayrton”, disse Paul Lanzante, especialista em carros históricos.

Ele e outros três integrantes da McLaren vieram ao GP do Brasil de 2019 com o objetivo de colocar o carro de 1988 (McLaren MP4/4) para fazer uma exibição em Interlagos com Bruno Senna acelerando. Na segunda-feira após a corrida, eles receberam convite da família Senna para fazer uma análise do modelo McLaren MP4/5B, que fica na sede do Instituto Ayrton Senna, em São Paulo.

Os resultados dos bastidores desta análise foram divulgados no vídeo do Senna TV hoje, dia em que se completam 30 anos desta vitória histórica. A reportagem também tem depoimentos de Bruno Senna, piloto da F1 e sobrinho de Ayrton, e de Jo Ramirez, coordenador da McLaren na época.

“O Ayrton gostava daquele chassi, que era o de número 6. Ele já havia vencido com ele na Alemanha, Canadá e Bélgica, então ele tinha o desejo de ficar com aquele carro. Vejo que ele conseguiu. Ele tinha uma visão clara do que queria e da onde queria chegar. Ele tinha uma tremenda personalidade, carisma, muita energia e tinha uma aura que o distinguia dos outros pilotos”, disse Ramirez.

Sobrinha de Ayrton Senna e CEO de Senna Brands, Bianca Senna agradeceu as informações que foram passadas pela equipe McLaren à família. “É sempre incrível ver a reação das pessoas ao ver este McLaren de perto. A gente conhecia a história do carro, da vitória em Monza, da aposta… mas as revelações foram ainda mais impressionantes. É como todos disseram: é realmente uma peça de valor inestimável para todos nós, uma obra de arte”, diz Bianca.