A temporada de 2018 da Fórmula 1 será encerrada neste final de semana em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Nos últimos dez anos, apenas cinco campeonatos foram decididos na última prova da temporada: 2008, 2010, 2012, 2014 e 2016. Nas temporadas de 2009, 2011, 2013, 2015, 2017 e neste ano, o campeão foi conhecido antes da última corrida.

Tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna decidiu todos os seus títulos em Suzuka, no GP do Japão, na penúltima prova das temporadas de 1988, 1990 e 1991. Nestas três oportunidades, o brasileiro foi à Austrália para a última corrida do ano já com o título garantido.

Relembre as últimas corridas de Senna após o título antecipado:

1988

Após o primeiro título mundial de Ayrton, o clima ainda era de festa na McLaren, principalmente pela temporada praticamente perfeita da escuderia, com 14 vitórias nas 15 corridas disputadas até ali.  No treino classificatório do GP da Austrália, Senna teve o desafio de tirar a pole de Alain Prost, que havia sido o mais rápido na sessão de sexta-feira por apenas 0s153. No dia seguinte, Senna cravou a pole com o tempo de 1min17s748, apenas 0s132 mais veloz que o francês.

Essa foi a 29ª pole position de Senna na carreira e a 13ª dele no ano em 16 Grandes Prêmios, um recorde na categoria e que somente seria batido por Nigel Mansell em 1992. Com oito vitórias no ano e 14 na carreira até então, Senna estava apenas um triunfo de trazer a 50ª vitória para o Brasil na história da F1. Ela ficaria reservada para a temporada seguinte, em San Marino.

Na largada, Prost tomou à frente e Senna caiu para a segunda colocação. No entanto, Senna teve alguns problemas de câmbio ao longo da corrida e não conseguiu se aproximar mais do francês, que liderou a prova até o final. Senna fechou em segundo lugar e encerrou o ano com 90 pontos no campeonato contra 87 do seu rival. A comemoração da McLaren e de Ayrton seguiram nas ruas de Adelaide.

1990

Em 1990, Senna conquistou seu bicampeonato mundial em Suzuka, após as decisões polêmicas contra Alain Prost naquele ano e também na temporada anterior. A corrida seguinte seria disputada novamente em Adelaide, na Austrália, e marcava o 500º GP de F1 na história. Em 2019, a Fórmula 1 chegará ao GP de número 1000 na China.

No dia da definição do grid, Ayrton conquistou pole position e largaria ao lado de Gerhard Berger na primeira fila. No domingo, Senna dominou a corrida até chegar na volta 62. Enquanto Nelson Piquet, Nigel Mansell e Alain Prost disputavam o segundo lugar, Ayrton perdeu uma freada e sua McLaren foi de encontro com a barreira de pneus. Apesar do resultado, o brasileiro terminou a temporada com seis vitórias e 78 pontos, sete pontos a mais que Prost. O francês foi o vice-campeão com cinco vitórias no ano.

1991

Senna chegou em Adelaide com o tricampeonato mundial garantido, já que tinha superado Nigel Mansell na disputa pelo título em Suzuka. Após ter entregado a vitória ao companheiro Gerhard Berger no Japão, Ayrton queria vencer na Austrália. No sábado, Senna fez a pole position número 60 de sua carreira do piloto. Berger, seu companheiro de equipe, foi o segundo, completando a primeira fila.

Para a prova, Ayrton ainda tinha um desafio extra: precisava ajudar a McLaren a vencer o campeonato de construtores, que tinha a Williams na liderança, com 11 pontos à frente. A disputa seria ponto a ponto em Adelaide. “Não vim aqui só para comemorar meu tricampeonato, vim para fazer o melhor que sei. A temporada só termina depois desse Grande Prêmio”, disse Ayrton antes da prova.

No domingo, a largada ocorreu debaixo de muita água. A chuva era tanta que os pilotos precisavam realizar acrobacias para se manter na pista. Ayrton foi o único líder nas dezesseis voltas da corrida. Mansell acabou encontrando o muro pelo caminho, Berger rodou duas vezes seguidas na mesma volta. O brasileiro Maurício Gugelmin acertou o muro dos boxes e por pouco não provocou um acidente mais sério, com dois comissários quase sendo atingidos.

Sem acordo para o reinício de prova por causa do temporal, foi computada a classificação até a 14ª volta, atribuindo a metade da pontuação aos pilotos. Senna foi o primeiro, Mansell o segundo e Berger fechou o pódio em terceiro. A prova é considerada a mais curta em duração da história na categoria.

Com o resultado, o objetivo da McLaren foi atingido. A equipe terminou o campeonato de construtores com 139 pontos, enquanto a Williams ficou em segundo lugar com 125 pontos.